Ptose Palpebral

A ptose palpebral é a queda da pálpebra superior.  Ocorre quando a borda palpebral superior situa-se abaixo da sua posição normal de 2mm cobrindo o colorido dos olhos, quando olha em frente.

 

Fora do aspecto cosmético, a ptose palpebral se torna um problema funcional quando atinge a área pupilar. O paciente, de forma inconsciente, tenta compensá-la por meio da contração da musculatura frontal, elevando as sobrancelhas. Às vezes faz a elevação do queixo para liberar o eixo visual.

 

A ptose pode ser congênita ou adquirida

 

A ptose congênita manifesta-se desde o nascimento e ocorre por alteração do músculo levantador da pálpebra superior (MLPS) ou em sua inervação.

 

Corresponde a 60-70 % de todos os casos de ptose. Geralmente é unilateral, mas pode ser bilateral em 25% dos casos. Pode ocorrer outras alterações associadas como paralisia do músculo reto superior (a criança além de ter a pálpebra caída, também não consegue elevar o olho). Síndrome de Marcus Gunn é uma inervação anômala do pterigóide e MLPS sendo que a mastigação provoca a retração da pálpebra superior.

 

Ptose Adquirida – pode ter várias causas, por alteração muscular, causa neurogênica, causa mecânica, etc.

 

A ptose adquirida mais frequente é a involucional, que ocorre na terceira idade por deiscência do tendão do MLPS e o tratamento vai ser cirúrgico com a reinserção do MLPS na sua posição de origem.

 

Quando operar?

 

Ptose congênita – deve ser operada com 4 a 5 nos de idade quando a função do MLPS for melhor avaliável para programar melhor a cirurgia.

EXCEÇÃO:  quando a ptose for severa e houver oclusão da pupila com risco de baixar a visão da criança ou quando houver posição defeituosa da cabeça.

 

Ptose e estrabismo: O estrabismo deve ser corrigido previamente por dois motivos: evitar diplopia (visão dupla) resultante após elevação da pálpebra e a correção do estrabismo vertical pode modificar os parâmetros da ptose.

 

Técnica cirúrgica para tratamento da ptose 

 

PTOSE CONGÊNITA: De modo geral prefere-se a ressecção do MLPS. Exceção aos casos onde a função do músculo for extremamente baixa, quando pode-se fazer uso da técnica que faz uma suspensão da pálpebra ao frontal usando um material orgânico ou sintético.

 

PTOSE ADQUIRIDA: vai depender da causa da ptose.

 

Involucional: reinserção do MLPS na sua posição anatômica.

 

Neurogênica: paralisia do III nervo craniano, primeiro operar o estrabimo. Como o músculo levantador da pálpebra superior está parético; as técnicas que fazem suspensão ao frontal são úteis.

 

Pode ser necessário nova cirurgia?

 

Sim, o tratamento da ptose é uma cirurgia complexa que envolve o entendimento do mecanismo fisiopatológico da causa da ptose e a cirurgia de um músculo muitas vezes alterado que pode ter respostas diferentes ao tratamento.

 

Pode acontecer da pálpebra ainda ficar caída?

 

Sim, a hipocorreção é frequente, sobretudo nos casos onde a função do músculo levantador da pálpebra for fraco. Pode-se fazer outra abordagem do músculo após alguns meses ou em caso de função muito fraca do músculo, usar a suspensão ao frontal.

 

O paciente pode não conseguir fechar o olho após a cirurgia?

 

Nos primeiros dias é comum a dificuldade de oclusão ocular, que geralmente melhora depois de um mês de cirurgia. Nos casos onde foi realizado uma grande ressecção do músculo, pode perdurar por mais tempo ou mesmo permanecer.

 

O que pode ser feito? Uso de lubrificantes oculares, colírios, gel e pomadas. Em casos extremos, se houver sofrimento da córnea pode ser necessário nova abordagem cirúrgica para melhorar a oclusão palpebral.

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